
Gerson Joni Fischer
Graduado em Teologia pela Escola Superior de Teologia (EST) de São Leopoldo (RS). Professor de IES e pastor da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, mestre em Teologia e História (EST) e doutor em Teologia Prática (EST). Pós-doutorado em Berlim entre os meses de abril e novembro de 2010 na subárea de conhecimento da neurofilosofia.
Minha Tragetória
Um pouco de minha história
Queridos amigos(as)! Meu ministério pastoral e atividade profissional foram dedicados ao ensino e à pesquisa. A apresentação que aqui introduzo e reparto coincide com um período de convergência que vivencio com intensidade e alegria. Dediquei-me ao serviço da docência, parte dentro, parte fora, dos ambientes eclesiásticos. Li e ensinei muito sobre saberes ditos teológicos, como seculares. Com a graça de Deus que me foi confiada, entendo-me como um pensador interdisciplinar. A propósito, não considero apropriada esta divisão radical que é feita entre conhecimentos científicos e saberes da fé.
A confiança em Deus que traz saúde procura também os caminhos da racionalidade redimida. Muitas “teologias” influenciaram meu pensamento, porém e, especialmente, muitas foram as pessoas que me auxiliaram a ser a pessoa que hoje sou, na simultaneidade de justo em Cristo e pecador em nada merecedor da graça que é de graça. Minha origem liga-se a ascendentes germânicos. Aprendi a falar alemão, como se aprende o português; um processo de assimilação natural feita que ocorreu na infância. A minha avó da parte paterna jamais aprendeu a falar o idioma pátrio, o que, entre outros fatores, muito influenciou na assimilação desta cultura em simbiose, brasileira e germânica; nenhum assombro para quem cresceu no sul do Brasil.
Quando menino participei com frequência de estudos bíblicos e cultos dominicais proferidos em língua alemã em minha cidade natal, Joinville. Ouvir e falar simultaneamente estes dois idiomas nos círculos familiares e de amizade foi uma prática que me parecia óbvia. Em meus estudos teológicos na Escola Superior de Teologia, isto em São Leopoldo (RS), participar de aulas com professores europeus ou de origem, não me causou, na continuidade de minha formação pessoal, nenhuma espécie de perplexidade. Desafiador foi aprender a ler e, mais tarde, a escrever, neste meio de comunicação bávaro. Compor textos no vernáculo, entretanto, foi uma habilidade que minhas professoras de português do Ensino Fundamental souberam exercitar muito bem entre aqueles que passaram por suas classes; uma paixão pessoal minha que me acompanhou até aqui.

Minha querida esposa e eu, ainda hoje, tantos anos passados, nos divertimos em meio aos nossos dialetos e tropeços idiomáticos. Sem lesões persistentes para o que pode transparecer ser traumático. Ler e estudar literatura contemporânea, das mais diferentes áreas do conhecimento, brasileira, latina e europeia, bem como clássicos da teologia, a exemplo de Martim Lutero, Karl Barth e Dietrich Bonhoeffer, fazem parte de um processo de desenvolvimentos pessoal único, pelo qual sou profundamente grato a Deus; o mais importante, porém, não são as ideias, mas o impacto que pessoas deixam na nossa vida. Os tempos mudaram e chegou, ao menos para mim, o período de convergência. Crescem nos dias atuais suspeitas para com a cultura influenciada por bases cristãs, tão marcante no mundo ocidental. Ao passo que enfrentamos hoje uma marcha de secularização, concomitantemente, observamos que as grandes religiões mundiais estão mais próximas umas das outras, demandando que repensemos as bases da nossa fé para dentro desta realidade. Que tarefa monumental a ser enfrentada. Quão propício é observar jovens talentos abraçar este trabalho com determinação; é para uma vida inteira. O testemunho do Deus revelado em Jesus Cristo permanece. Falar e vivenciar isto para dentro de contextos cambiantes é o específico que nos cabe concretizar. Prossigo lendo as Escrituras, na medida do possível os clássicos, com sensibilidade para reconhecer novos talentos e assimilar conhecimentos que se ampliam. Convergência para um contexto de grandes desafios, nesta no qual vivo como oportunidade, é tirar proveito da nuvem de testemunhas que nos rodeiam ou que estão aí pelas obras escritas que legaram; estas nos ajudam a sermos pessoas de quem Deus, em seu beneplácito, pode dispor. (Dr. Gerson J. Fischer).